Em mais uma demonstração da força do poder do povo, os movimentos sociais deram seu recado em protesto ao descaso do governo tanto no âmbito estadual quanto no federal.
Esse ano, o 18º Grito dos Excluídos aconteceu em cinco cidades alagoanas: Maceió, Delmiro Gouveia, Arapiraca, União dos Palmares e Palmeira dos Índios, totalizando cerca de 1000 pessoas nesses cinco locais. A manifestação caracterizada pela sua pluralidade, reuniu várias forças da sociedade civil levantando a importância de um debate crítico com a população sobre os problemas do país, em contraponto a ideia de um 7 de setembro onde comemoramos a independência da nação, regado apenas de desfiles de armas e fanfarras escolares.
“A gente não podia deixar passar em branco esse 7 de setembro e dizer para a sociedade civil, para todos/as os/as trabalhadores/as que esse dia não é uma data civil a ser comemorada, mas é uma data de luta e que ainda falta muito para conquistarmos essa independência e essa liberdade”, falou Rosângela Santos do Movimento Popular de Saúde (Mops).
O lema desse ano foi “Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta direitos a toda população”, com o intuito de expor as políticas de um Governo que tem como objetivo privatizar os setores públicos e excluir os direitos da sociedade como um todo, favorecendo apenas a uma fração dela. O ato contou com trezentos manifestantes na capital de Alagoas, concentrando-se com oficinas de cartazes, teatro do oprimido e batucada na Praça Sinimbú, no centro da cidade. Travando um diálogo com o povo e apontando todas as problemáticas dos setores excluídos da sociedade, apontando para a busca de um modelo diferente de vida.
“Em todo Brasil esse dia é um dia de luta, um dia de mostrar nossa indignação com essa sociedade capitalista e gritar por uma sociedade, de fato, democrática, participativa e popular”, afirmou Maria Inês Marcelino da Rede Educação Cidadã. Movimentos do campo e da cidade participaram do Grito trazendo suas pautas e em fileiras fizeram sua manifestação pela praia da Avenida, onde alguns minutos antes passava o desfile oficial do Estado.
Reportagem de Gustavo Marinho do setor de comunicação do MST/AL e, Ariane Regina, do Coletivo Enecos Alagoas.