1º DIA CONGRESSO DO MST: BALANÇO E PERSPECTIVAS DE LUTA

Uma mística com 400 participantes contou a história dos 30 anos do Movimento. Em coletiva de imprensa, dirigentes destacaram os desafios da luta por Reforma Agrária.

Foto: Camila RodriguesO primeiro dia do 6º Congresso Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST – emocionou os mais de 15 mil participantes, reunidos no Ginásio Nilson Nelson, na capital federal. Uma mística com mais de 400 participantes contou a história dos 30 anos do Movimento, em uma prévia do que seria o balanço crítico da luta, e os apontamentos para o futuro dela.

No final do dia, os dirigentes Marina dos Santos e Diego Moreira ofereceram uma coletiva de imprensa, na qual destacaram os principais desafios e avanços do movimento na luta pela Reforma Agrária.

Segundo Marina, hoje existem mais de 350 mil famílias assentadas, distribuídas por 1200 municípios de 23 estados do país. Além destas, cerca de 90 mil famílias se encontram acampadas em 700 agrupamentos, ainda em processo de luta pelo direito à terra.

O resultado desta luta são mais de 8 milhões de hectares de terra que agora são destinados à produção de alimentos saudáveis, sob a lógica da agroecologia, sem o uso de agrotóxicos e com o devido cuidado com o meio ambiente.

Outro ponto de avanço nestes 30 anos de luta do MST são os cerca de 50 convênios com universidades do país, que já teve como resultado a qualificação técnica e profissional de mais de 5 mil jovens que hoje aplicam o conhecimento adquirido na produção agroalimentar do Movimento dos Sem Terra. Um exemplo da priorização da educação para os trabalhadores em luta.

Marina também destacou o papel da mulher na construção da luta pela Reforma Agrária. Hoje, metade da coordenação do movimento é representada por mulheres. Uma conquista, segundo ela, da luta constante contra o machismo e pela paridade de gênero nos espaços de tomada de decisões. “Não se trata só de números, mas também de capacitação e formação”, destacou ela, ao se referir à qualificação das diversas companheiras que hoje ocupam espaços de liderança dentro do movimento.

Sobre a realização do 6º Congresso Nacional do MST, a dirigente destacou a presença de mais de mil crianças Sem Terrinha, como um avanço na formação de novos quadros para a continuidade da luta. Segundo Marina, este Congresso busca aprofundar as questões políticas da Reforma Agrária e discutir os desafios da classe trabalhadora brasileira, entendendo o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra como parte dela.

Diego Moreira destacou o lançamento do Programa Agrário, que deve orientar o Movimento dos Sem Terra nos próximos anos. Segundo ele, o documento, que foi debatido intensamente pela militância nos últimos três anos e será lançado durante o Congresso, propõe uma mudança na matriz de produção agroalimentar brasileira, fazendo o combate ao agronegócio, em defesa da agroecologia e pela construção de uma Reforma Agrária Popular.

Diego também destacou as dificuldades enfrentadas pelo movimento na luta pela Reforma Agrária. O dirigente criticou duramente os grandes meios de comunicação, que fazem o papel de propagandistas do agronegócio no Brasil, e criminalizam os movimentos sociais de defesa do direito à terra. Ele ainda denunciou a bancada ruralista do Congresso Nacional, o Incra e o Poder Judiciário brasileiro, que impedem de diversas formas o avanço de políticas de Reforma Agrária no Brasil.

Por fim, os companheiros destacaram a necessidade de unificar os movimentos camponeses do Brasil para empreender um forte enfrentamento aos inimigos dos trabalhadores do campo e continuar a luta por uma Reforma Agrária Popular, que contribua também para a construção de uma nova sociedade com justiça social e igualdade de direitos.

Os debates desta terça feira devem se concentrar nas questões de gênero e no papel da juventude na luta pela terra.

 Texto: Leonardo Fernandes

Fotos: Camila Rodrigues da Silva 

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Tags: 6º Congresso MST, Brasília, MEMÓRIA LATINA, MST, sem terra

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