VILA AUTÓDROMO LUTA POR SUA SOBREVIVÊNCIA


Moradores da comunidade e representantes do Comitê Rio Copa e Olimpíadas entregaram no dia 16 de agosto o Plano Popular, contraproposta ao projeto de remoção da gestão de Eduardo Paes.

Moradores da Vila Autódromo e representantes de entidades que compõem o Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas foram recebidos pelo prefeito Eduardo Paes na quinta-feira (16), quando o chefe do Executivo municipal recebeu em mãos o Plano Popular para a Vila Autódromo. A contraposta elaborada por moradores com a assessoria de professores e estudantes de arquitetura e urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal Fluminense (UFF), comprova que o atual projeto de remoção total dos moradores da área que fica em Jacarepaguá é economicamente, socialmente e culturalmente inviável.

Localizado em um terreno que fica ao lado de onde será construído o Parque Olímpico para 2016, as mais de 450 famílias estão sendo ameaçados de remoção completa de suas casas, sua cultura e sua história, através do plano da Prefeitura e do Governo do Estado.

A alternativa popular para a urbanização da comunidade apresenta-se mais economicamente viável aos cofres públicos, orçado em R$ 13,5 milhões, enquanto a proposta da Prefeitura está orçada em aproximadamente R$38 milhões, que serão gastos com o extermínio da comunidade e as obras para a construção de um conjunto habitacional para a realocação dos moradores e pescadores da Vila Autódromo.

Em reunião realizada no Gabinete da Prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes não esclareceu ou apontou o real motivo para que o projeto de remoção seja executado. A única resposta que os presentes no encontro receberam foi a de que Paes e a Secretaria Municipal de Habitação (SMH) iriam analisar o Plano Popular e em um prazo de 45 dias, os moradores receberão uma resposta.

Remoções forçadas à serviço da especulação imobiliária

Os crescentes ataques às comunidades do Rio de Janeiro é uma prática recorrente do poder público em favor de uma política de embelezamento da cidade maravilhosa. As ofensivas do Estado contra as populações tradicionais – e as mais esquecidas pelas políticas públicas dos Governos – começaram a se intensificar desde o anúncio da realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Antes ignoradas pela classe dominante e pelo sistema, hoje os moradores dessas comunidades começam a ser apagados do mapa e da história carioca, com as remoções forçadas de suas raízes.

De acordo com o Dossiê da Copa, que possui dados levantados em pesquisa realizada pelo Comitê Popular, 24 comunidades do Rio estão com risco de serem reassentadas, totalizando um número de 22 mil pessoas.

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